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                   MANUEL DIONÍSIO 
                  (  ANGOLA 
                    
                  "Manuel  Dionísio foi um intelectual completo e inteligente, com um jeito de fazer humor  que atingia bem no fundo a quem dirigia a sua mensagem, por vezes  crítica", salientou Luísa Fançony. 
                  Manuel  Dionísio que apresentava o programa de sábado "Bom-dia", na LAC, numa  dupla com o jornalista Mateus Gonçalves, foi também durante muitos anos editor  de cultura do Jornal de Angola, único diário do país. 
                  Faleceu em JANEIRO 17, 2008 
                    
                    
                  
                  DIMENSÃO – REVISTA INTERNACIONAL DE  POESIA.         ANO  XX – No. 30.  Editor Bilharino.   Capa; Visual de Gabrile -Alfo Bertozzi.  Uberaba, Minas Gerais, Brasil: 2000.  200  p.   No. 10 787      Uberaba, MG – Brasil.  Capa: Visual de Gabriele-Aldo Bertozzi. Editor: Guido Bilharino 200 p.                   Ex. biblioteca de Antonio  Miranda 
                    
                    
                  Poema  Pós-Comunista 
                   para o Manuel Rui 
                   
                   
                   
                   A convicção é o aço 
                     e o cimento 
                       áspero 
                         desta prosa. 
   
                    Falível como tudo. 
   
                    O tempo não nos pertence. 
   
   
                    *** 
   
   
                    ? 
   
                    Que será isto 
                    que me empurra 
                    sobre o papel em traços 
                    e tetas 
                    onde me 
                    ex 
                    ponho 
                    e me rebolo 
                    sem saber para quê? 
   
                    E que importa? 
   
                    Que faço eu 
                    caneta 
                    de um longo 
                    a 
                    braço 
                    que comigo risca 
                    um destino 
                    e escolhe sonhos? 
   
                    Que interrogação é esta 
                    que não me  
                    im 
                    pede 
                    e por vezes faz doer         
                  e por outras vir? 
                    
                    
                    
                  Carta em jeito de poema 
                    recebida de um anónimo em Macau 
                    no Alto Verão de 1987 — Ando do Coelho 
                    a propósito de uma suposta  
                    poesia do vergalho 
   
 
                  Naquele  tempo, ainda íamos à escola. 
                    O ensino era caduco, mas havia  umas professoras boas. 
                    As humanidades eram sarcofascistas 
                      e as ciências, não redimiam a máquina. 
                      À tarde, reuníamos-nus, à mesa do  café, 
                      debitando lérias, creditadas na  filosofia. 
                      À noite, mais tarde, quem sabe, 
                      talvez uma mulher te coubesse em  sorte. 
   
                      Acordavas, estranhamente  incólume, 
                      A passa matinal, na ponta da  véspera. 
                      E o mundo sorria-te, como novo. 
   
                      Mas era igual ao outro. 
                    
                    
                  * 
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                      Página publicada em abril de 2023 
                
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